segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Filme "Narradores de Javé"


VI ENCONTRO
Atividades: Assistir ao filme “Narradores de Javé” e analisar a partir de roteiro.
Data: 20/07/2009
Local: Centro Cívico Cultural Adelina Dias

Sinopse do filme NARRADORES DE JAVÉ
O filme relata a história do povoado de Javé, que será submersa pelas águas de uma represa. E a única chance da cidade não sucumbir, é se possuir um patrimônio histórico de valor científico. Os moradores de Javé se reúnem e apontam as histórias que o povo conta como o único patrimônio do povoado. Assim, decidem escrever um livro sobre as grandes histórias do Vale do Javé, mas poucos da cidade sabem ler e escrever. O mais esclarecido é o carteiro Antônio Biá, que se torna o responsável por reunir as histórias sobre a origem de Javé.A memória oral do povoado é ilustrada com muito humor e com ares bem nordestino.
O elenco do filme conta com importantes nomes do cinema nacional como José Dumont (Antônio Biá), Matheus Nachtergaele, Nelson Xavier e NelsonDantas. Narradores de Javé foi eleito o melhor filme do Festival do Rio, segundo o júri popular e o oficial, e o melhor filme e o melhor roteiro no 3º Festival Internacional do Filme Independente de Bruxelas. No elenco estão José Dumont, Nelson Xavier e Mateus Nachtergaele, entre outros. A direção é de Eliane Caffé.


ROTEIRO PARA ANÁLISE
Filme: Narradores de Javé
Aspectos a serem analisados:

1.O que significa o papel de “escriba”?
2.Qual o papel do escriba naquela comunidade?
3.Analise os traços de oralidade daquela comunidade e a função do escriba.
4.Qual a relação entre oralidade e escrita?
5.Analise as práticas de letramento e de alfabetização daquela comunidade.
6.Como você percebe a relação entre ser alfabetizado e ser letrado no contexto do filme?
7.Em que atividade práticas, no contexto da sala de aula, você exerce o papel de escriba?
8.Qual a importância do escriba na construção da leitura e da escrita?
9.Qual a função social que a escrita exerce no contexto do filme?
10.Quais as relações de poder estabelecidas pelas personagens diante das práticas de escrita?

♥Recepcionadas as colegas no Centro Cultural, com pipocas, começamos assistir ao filme, tendo-se em vista o longo trabalho que ainda tínhamos pela frente e a baixa temperatura no momento. Acima nosso grupo no auditório.
Após nos dirigimos para outra sala e realizamos a análise do filme, com um gostoso chimarrão e um café bem quente.

Análise realizada pelo grupo:

“No filme, o escriba era alguém responsável por relatar os fatos contados por aquela comunidade, ele era aquele que escrevia e, consequentemente, tinha o poder de conduzir a própria história. Era quem tinha competência para escrever a história contada pelos moradores, de maneira a transpor para uma linguagem culta, tendo-se em vista de que o povo utilizava uma fala característica daquela região, sua linguagem era coloquial, usavam muitos ditados populares e jargões.
O escriba, Antonio Biá, já sabia distinguir um fato acontecido do escrito, portanto, as falas daquele povo não precisavam ter formas, mas na escrita sim, sendo ela de grande importância dentro deste contexto. No filme, o menino que leu representou os jovens, os que são alfabetizados e o escriba dominava a leitura e a escrita, era letrado. O povo tinha um conhecimento da cultura local, uma sabedoria popular, mas não tinha uma história registrada nos moldes científicos, segundo eles.
Quanto às práticas de letramento, essas praticamente inexistiram dentro do filme. Biá, sendo o único adulto que sabia ler e escrever achava-se importante, mas sabia que não conseguiria salvar Javé. A relação entre a oralidade e a escrita foi conflitante, mas com muitas reflexões.
Como educadores, exercemos o papel de escriba, quando proporcionamos momentos de leitura e escrita que levem nosso aluno ao letramento, e não sendo, nós, detentores do saber.
No filme a função social da escrita foi apresentada durante todo o enredo, pois o local teria sido preservado se a história daquele povo tivesse sido escrita, se houvesse esse patrimônio.
Antonio Biá, sendo o único capaz de escrever a história daquele povo, era o soberano, detinha o poder, enquanto os moradores mal sabiam falar e muito menos escrever. No final da história, o escriba coloca que de nada adiantaria um livro sobre a história de Javé naquele momento, pois havia algo mais poderoso do que isso, que era o Progresso.”
Finalizando o encontro desta noite, o grupo discutiu sobre o uso do filme com as turmas de 7ª e 8ª séries, porém, conversando com outras colegas do Gestar II, pensamos que ele pode ser trabalhado perfeitamente com todas as nossas turmas das séries finais do Ensino Fundamental, sendo bem preparado e conduzido conforme a série, sugestão esta a ser discutida no próximo encontro.

Um comentário:

  1. Oi Sandra!
    Teu blog está muito legal.
    Lendo o texto e vendo a foto e ainda por cima sabendo que havia pipoca, dá água na boca e saudades de um cinema.
    Parabéns e sucesso!

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